Dia 27 de julho, aos 82 anos, Youssef Chahine, um dos maiores cineastas do mundo árabe fechou seu ciclo pela terra. Depois de seis semanas em coma, o cineasta celebrizado pelos filmes sobre a cidade de Alexandria, morreu. Seu último filme, Chaos (Heya Fawda) , lançado no inicio de 2008, precisou ser acabado pelo colega, Khaled Youssef, pois, Chahine, já apresentava problemas de saúde. Num de seus filmes, The Blazing Sun (Siraa Fil-Wadi), revelou-se ao mundo o ator Omar Sharif.
Nasceu em 25 de janeiro de 1926 na cidade de Alexandria, onde fez cerca de 40 filmes. Suas idéias esquerdistas e oposição ao islamismo, despertou a ira dos integristas egípcios. Mais conhecido no exterior do que no próprio Egito, ganhou em 1997 a Palma de Ouro do Festival de Cannes, pelo conjunto da obra, depois de ganhar um Urso de Prata no Festival de Berlim.
Defensor da liberdade, irritava-se com o fanatismo religioso, principalmente. "A sétima arte perdeu um de seus mais célebres servidores", disse Nicolas Sarkozy, presidente francês. "Ele queria ser ator, mas percebeu que gaguejava um pouco e que não era suficientemente bonito. Por isso decidiu que ia atuar através dos outros", contou Omar Sharif.
Em filmes como sua biografia de Nasser e Adieu, Bonaparte, sobre a incursão de Napoleão pelo Egito, Chahine ganhou fama de radical, provocando polêmica por sua visão negativa do Ocidente. Embora favorável a Nasser, nunca foi um cineasta ''oficial''. Sua obra é toda uma denúncia da opressão e da censura. Seus filmes sobre a condição feminina na sociedade egípcia abordam o tema da sexualidade com uma franqueza que irritava as autoridades religiosas. Elas também invocaram o Corão para pedir a proibição de O Emigrante, em 1994. O filme sobre o profeta José foi considerado blasfemo por dar um rosto ao religioso. A polêmica prosseguiu nos últimos anos, quando Chahine virou crítico do extremismo islâmico em ascensão no país.
Neste link, sua parte no "11'09''00": http://br.youtube.com/watch?v=t3EkUa-lX7g&feature=related
Fonte: O Estadão
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