Crase antes de plurais (*)
Mais uma da nossa Língua Portuguesa. Todos têm domínio. Mas ela é danadinha. E, volta e meia, pode nos colocar em encruzilhadas. Então, sem nenhuma intenção de ofender ou idéia de superioridade, proponho que postem, sempre que possível dicas para as nossas dúvidas mais cruéis (e elas existem sim!!!!)
"A proibição da cobrança já constava em regulamento de TV por assinatura que entrou em vigor em junho. O texto confuso do documento, porém, dava margem à diferentes interpretações - a ABTA, por exemplo, entendeu que poderia continuar cobrando a mesma coisa."
No fragmento acima, vemos o "a" incorretamente acentuado. O redator entendeu ter ocorrido crase e aplicou o acento grave na preposição "a". A crase, como sabemos, é a fusão de dois sons vocálicos (hoje se verifica apenas a fusão da preposição "a" com os artigos definidos "a" e "as", bem como com os pronomes demonstrativos "a" e "as" e com a vogal inicial dos demonstrativos "aquele (s)", "aquela (s)" e "aquilo" e com a vogal inicial dos pronomes relativos "a qual" e "as quais").
A preposição "a", na frase em questão, não se fundiu com artigo - e isso é facilmente perceptível porque, diante de um substantivo no plural, só poderia haver um artigo no plural (para haver crase, seria necessário um artigo "as" antes de "diferentes interpretações"). Na verdade, não ocorre crase porque não ocorre artigo na construção "dava margem a diferentes interpretações". O "a" que antecede um termo no plural nunca é craseado.
Veja, abaixo, a frase corrigida:
"A proibição da cobrança já constava em regulamento de TV por assinatura que entrou em vigor em junho. O texto confuso do documento, porém, dava margem a diferentes interpretações --a ABTA, por exemplo, entendeu que poderia continuar cobrando a mesma coisa".
Fonte: Paulo Ramos é jornalista, professor e consultor de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL
Mais uma da nossa Língua Portuguesa. Todos têm domínio. Mas ela é danadinha. E, volta e meia, pode nos colocar em encruzilhadas. Então, sem nenhuma intenção de ofender ou idéia de superioridade, proponho que postem, sempre que possível dicas para as nossas dúvidas mais cruéis (e elas existem sim!!!!)
"A proibição da cobrança já constava em regulamento de TV por assinatura que entrou em vigor em junho. O texto confuso do documento, porém, dava margem à diferentes interpretações - a ABTA, por exemplo, entendeu que poderia continuar cobrando a mesma coisa."
No fragmento acima, vemos o "a" incorretamente acentuado. O redator entendeu ter ocorrido crase e aplicou o acento grave na preposição "a". A crase, como sabemos, é a fusão de dois sons vocálicos (hoje se verifica apenas a fusão da preposição "a" com os artigos definidos "a" e "as", bem como com os pronomes demonstrativos "a" e "as" e com a vogal inicial dos demonstrativos "aquele (s)", "aquela (s)" e "aquilo" e com a vogal inicial dos pronomes relativos "a qual" e "as quais").
A preposição "a", na frase em questão, não se fundiu com artigo - e isso é facilmente perceptível porque, diante de um substantivo no plural, só poderia haver um artigo no plural (para haver crase, seria necessário um artigo "as" antes de "diferentes interpretações"). Na verdade, não ocorre crase porque não ocorre artigo na construção "dava margem a diferentes interpretações". O "a" que antecede um termo no plural nunca é craseado.
Veja, abaixo, a frase corrigida:
"A proibição da cobrança já constava em regulamento de TV por assinatura que entrou em vigor em junho. O texto confuso do documento, porém, dava margem a diferentes interpretações --a ABTA, por exemplo, entendeu que poderia continuar cobrando a mesma coisa".
Fonte: Paulo Ramos é jornalista, professor e consultor de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL
postado por Márcia Fernanda Peçanha Martins
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