O selo nasceu no século passado, decorrendo a sua necessidade em consequência direta do desenvolvimento das relações comerciais e da conseqüente necessidade de comunicação suscitados pela Revolução Industrial, os quais provocaram um aumento do volume de correspondência que os correios não davam conta. A Inglaterra, o grande motor da Revolução Industrial, resolveu o problema com uma reforma que entrou em vigor a 6 de maio de 1840, unificando em primeiro lugar a tarifa para o envio de cartas no interior do Reino Unido, independentemente da distância percorrida, tendo também ficado decidido que quem pagaria a tarifa seria o remetente e não mais o destinatário, que era o que acontecia até então. A idéia do pagamento antecipado, que hoje pode parecer tão óbvia, foi introduzida por Sir Rowland Hill, tendo para esse efeito inventado o selo, um retângulo de papel com cola que a pessoa compra pelo valor nele impresso, para colocá-lo sobre a carta e depositá-lo na caixa do correio, assegurando-se assim de que chegaria ao seu destino, o que anteriormente não acontecia, sendo grande parte das cartas devolvidas pelo simples fato de os destinatários não pretenderem pagar o valor do transporte. O selo democratizou o correio, que foi criado pelos chefes dos grandes impérios para enviar mensagens aos seus funcionários. O primeiro serviço postal conhecido foi criado no século VI A.C. pelo imperador persa Ciro, que obrigava o povo a fornecer cavalos e postos para os seus mensageiros. Na Roma Antiga, o Imperador Augusto instalou uma densa rede de estações de troca de cavalos para os mensageiros imperiais. Carlos Magno tentou criar um correio, mas o sistema feudal dificultava muito o livre trânsito dos mensageiros. O correio ressurgiu no fim da Idade Média. Em 1315, o Ateneu de Paris obteve uma licença para organizar o serviço de entrega de correspondência entre os estudantes e as suas famílias. Pouco mais tarde, na Itália, as famílias Visconti e Sforza organizaram uma rede de mensageiros entre Milão e Génova. No século XVI, os mensageiros da República de Veneza percorriam velozmente toda a Itália. No âmbito europeu, as ligações postais foram ativadas pela família Tasso, a partir dos finais do século XIII. O correio dos Tasso cobria regularmente a Itália, a França, a Alemanha, a Flandres e a Península Ibérica. Este monopólio durou até ao fim do século XVIII, sendo depois duramente atingido pela Revolução Francesa e por Napoleão, que organizou um correio estatal em todo o seu império. Com a Restauração de 1815, os novos estados europeus resgataram o monopólio estatal. A reforma de Sir Rowland Hill não consistiu apenas na invenção do selo: como alternativa, inventara envelopes desenhados, vendidos a um penny e dois pence, que dispensavam os selos, ideia que acabou por ser abandonada devido às críticas publicadas em jornais humorísticos da época, ridicularizando estes envelopes. Os primeiros selos, o preto de 1 penny (para cartas com peso até meia onça) e o azul de 2 pence (para cartas de até uma onça) mostravam a Rainha Vitória, e eram pequenas obras de arte gráfica. A reforma inglesa teve sucesso imediato, aumentando o volume da correspondência. Em fevereiro de 1841, surgiu o penny vermelho, substituindo o preto. Em 1858, surgiram exemplares com bordas denteadas, já que até então os selos eram separados com tesoura. Os primeiros seguidores desta idéia foram os suíços, cuja reforma postal foi aprovada pelo Conselho de Estado de Zurique em 1843, sendo impressos em fevereiro selos de 4 e 6 centavos. Tinham apenas o algarismo, as inscrições e um fundo de segurança, mas eram de boa qualidade gráfica. Cinco meses depois surgem no Rio de Janeiro os primeiros selos do Brasil, terceiro país a adoptar o sistema, tendo sido lançados em agosto de 1843 selos de 30, 60 e 90 réis, também com desenho simples. Nos Estados Unidos, os selos iniciais tinham caráter local, sendo o primeiro um selo de 5 cents, que saiu em julho de 1845 em Nova Iorque, só havendo uma emissão válida para todo o país em agosto de 1847. Em setembro deste mesmo ano surgiram nas ilhas Maurícias selos de 1 penny e de 2 pence. Em julho de 1849, surgiram selos na Bélgica e na França, estes últimos com o perfil da deusa Ceres. Em Portugal, o porte das cartas era normalmente pago pelo destinatário, sendo a respectiva importância a pagar escrita à mão ou aposta por meio de carimbo. Se o porte era pago adiantadamente, então a correspondência era marcada com a taxa paga, seguida da abreviatura «Pg», além de uma marca, sendo as mais usuais FRANCA, PORTE PAGO, ou PAGOU O PORTE DE CORREIO. A reforma postal de 1852 introduziu o uso dos selos postais adesivos, os primeiros dos quais vieram a ser emitidos em 1853. Para os inutilizar foram criadas marcas obliterantes, constituídas por uma série de barras paralelas formendo um círculo e tendo ao centro o número indicativo da estação, a qual se faz através da consulta dos mapas das Direções de Correios correspondentes às reformas postais de 1853 e 1869. A partir de 1878, a marcação postal da correspondência e a inutilização dos selos passou a fazer-se simultaneamente, deixando de ser utilizadas as obliterações de barras. No nosso conselho restam ainda algumas estruturas características da circulação de correspondência, como é o caso da Malaposta, no Olival Basto, estação de muda de cavalos, hoje transformada em teatro, e a propriedade conhecida como Quinta do Correio-Mor, em Loures.
CURIOSIDADES SOBRE O SELO
Selos raros são um tesouro, dos mais interessantes do mundo, porque aparecem sempre associados a histórias fabulosas acerca da sua descoberta e dos seus possuidores. Há mesmo casos que se tornaram autênticas histórias policiais. Há, por exemplo, o caso do colecionador parisiense Gaston Leroux, que no início do século foi encontrado morto no seu apartamento, tendo a polícia incialmente afastado a hipótese de assalto, porque foram encontrados intactos o dinheiro e outros valores que havia na casa. Porém, um detetive comparou a lista das peças da colecção do filatelista com o acervo encontrado e constatou a falta de um “Missionários” de 2 cents, um selo raríssimo do Havai. Tendo contatado o meio filatélico de Paris, o polícia informou-se sobre o selo e descobriu que nenhum selo daquele tipo tinha sido colocado à venda. A suspeita recaiu sobre outro coleccionador, Hector Giroux, amigo da vítima, tão apaixonado quanto este pelos selos havaianos. Quando a polícia o procurou e o obrigou a mostrar a sua coleção lá encontrou o selo desaparecido, pelo que Giroux acabou por confessar o crime por causa do selo que faltava na sua coleção. Mas que selo era este, que levou um indivíduo a matar o seu próprio amigo apenas pelo prazer secreto de possuir aquele pequeno retângulo de papel? Estes “missionários” foram selos usados no Havai em número reduzido e quase exclusivamente pelos religiosos que se tinham aí instalado. São datados de 1851 e são muito simples, não passando de pequenas etiquetas de papel fino, estampado com caracteres móveis. Pelo que se sabe, existem “Missionários” de 2, 5 e 13 cents que levam a inscrição «Hawaiian Postage» e um outro de 13 cents com a inscrição «H.1 & U.S. Postage». O mais raro é o de 2 cents, existindo 15 exemplares conhecidos em todo o mundo. Em 1980, dois exemplares bem gastos chegaram a receber lances de 200.000 dólares cada um. E isto foi há quase vinte anos...
informações retiradas do site:http://bibesjcp.no.sapo.pt/imprensaselo.htm
2 comentários:
Já fui filatelista quando adolescente.
Continue sempre a fazer arte, aqui e em todos os campos de sua atuação humana!
Sucesso a vc Glitter!
ABRAÇOS HUMANÍSTICOS
Paulo
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Bem-vinda Mell, traga pra todos nós a tua alegria, o que desperta a tua emoção, adone-se do espaço e olha...Adorei o texto sobre Selos, bem lembrado!
Beijus.
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