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terça-feira, 10 de junho de 2008

Dia de Portugal, de Luis Vaz de Camões e das Comunidades Portuguesas


LUSO-BRASILEIRA

Sou uma mulher dividida.

E não de fases.
Sou mais de uma nesta vida.
Amo, adoro, odeio e me revolto.
Reclamo, berro e aí me solto.
Pareço uma menina sem rumo?

Tenho uma metade brasileira.

E orgulho no peito.
Sou a que remexe as cadeiras.
Mas num país em desenvolvimento
Sinto que sou levada pelo vento.

Pareço uma aloprada sem prumo?

Mas tenho uma parte em Portugal.

E uma emoção lusitana.
Sou a que gosta de um bom bacalhau.

E falava sem ler estrofes de Camões.
Espero um gajo que me cubra de paixões.
Pareço uma solteirona sem futuro?

Adoro Chico Buarque e Elis Regina.

Mas também ouvia muito fado.
Na voz de Amália e Maria Alcina.
Ando no modernismo e lirismo dos poetas
que encantam a vida com rimas certas.
Pareço uma louca sem parafuso?

Sou um ser luso-brasileiro.
Nasci na terra do carnaval,
mas herdei do meu avô paterno
seu coração que veio de Portugal.


Márcia Fernanda Peçanha Martins

3 comentários:

Basilina disse...

Muito bom o seu texto Máricia, espelha um pouco de todos nós. Quem não é dividido em algum momento ou em alguma área da existência? E temos que conviver com essa divergência ou convergência, não sei, porque o coração é uma lotação , nele cabem todas as cores e todas as ração. Parabéns.

Marcinha disse...

nossa
um elogio de vc é mto importante para mim, querida companheira de comunidade

tecendo arte na rede disse...

Maravilhosa poesia, retrata a mulkher de hoje, com todas as suas ambiguidades e contradições, linda! Parabéns pela beleza do blog, beijos.