Seguidores

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Fantasias (*)


Escondida de havaiana colorida
rebolei pelos salões e avenida
como uma anfitriã à deriva,
como foliã na defensiva.
Disfarçada de palhaça tristonha
andei pelas mentes sem vergonha
como uma louca demente,
como uma desobediente.
Vestida de rebelde colombina
e alimentada com anfetamina,
rodopiei em todos os sonhos
e cedi ao apelo mais medonho.
Depois com espiríto de pirata
roubei teu desejo aristocrata
e assaltei todos os medos
para escrever novos enredos.
No fim de mais um carnaval
nenhuma fantasia adicional
reverteu a minha alegoria
ou devolveu a ideologia.
Tudo retoma o cotidiano,
não se vence o oceano,
não se doma o insano
não se cicatriza o dano.
Em apenas quatro dias,
não se vendem utopias,
a preços de quinquilharias,
como itens de borracharias.
Não há mais um coração.
Não há mais a ilusão.
Eu sozinha no salão
abandono minha razão.

(*márcia fernanda peçanha martins)

Nenhum comentário: