A dor da saudade (*)
A dor que nunca finda
é a lembrança insistente
do pretérito feliz
que matou o futuro perfeito.
Hoje, não é bem-vinda
mas desfila impecavelmente
com ar de meretriz
usa e abusa do contrafeito.
Arde como fogo quente
asfixia como um afogamento
e pulsa como cicatriz
que lateja dilaceradamente.
Amarga como aguardente
é um líquido que entorpece.
Instala-se na juventude
e suga de todos a saúde.
É um nó trancado no peito
Ou um grito que estremece.
Uma tristeza sem jeito,
a emoção que não se esquece.
Um currículo desprezado
e um motivo para uma prece.
Nada no mundo é comparado
a esta angústia que só cresce.
Sem apelido e sem alcunha
ela prolifera feito epidemia.
Não falta nunca testemunha
para a dor que ela propicia.
De um parente que partiu
de um amigo que nos esqueceu
de um amor que sempre sofreu
só saudade que se sentiu.
(*) Márcia Fernanda Peçanha Martins
sábado, 31 de janeiro de 2009
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