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sábado, 18 de outubro de 2008

O lápis de Deus

Perguntaram-me se eu era poeta
e eu não soube responder.
Seria eu um poeta
só por saber escrever?
Então peguei meu caminho
e confusa fui pensando.
Os pequenos detalhes da vida
na cabeça foram passando.
Olhei para o sol se pondo
e deslumbrou-me o seu esplendor.
Ví uma bela borboleta
se enamorando da flor.
Ví um cego que enxergava
com os olhos do coração.
Um mudo que se expressava
com o movimento da mão.
No trajeto eu pude ver
flores de todas as cores.
Uma grávida que bendizia
a chegada das suas dores.
A árvore que me fez sombra
ofereceu-me também seu fruto.
Eu ví uma alma ir ao céu
enquanto choravam seu luto.
Eu ví as águas do mar
tão azuis quanto o céu.
Eu ví o trabalho da abelha
do pólen fazendo o mel.
Eu ví um menino chorando
e as lágrimas o rosto lavar.
Depois ví um idoso ensinando
as lições que a vida dá.
De repente um pássaro vôou
e na imensidão sumiu.
E o céu que estava tão cinza
por ora, então se abriu.
Então veio-me a resposta
que eu não soube responder:
-Sou apenas o lápis que Deus
se vale para escrever!

(Mell Glitter)


PARABÉNS À TODOS OS POETAS BRASILEIROS!

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