Plantei sementes de esperança
no quintal do inferno de minha vida.
E toda a manhã desperto e antes de tudo,
agradeço com orações de criança.
Pelo ar, pelo sol, pela lua, pela comida,
depois penso no passado e no futuro.
Ainda com camisola e pantufa nos pés
engulo rapidamente uma xícara de café,
e passo manteiga no pão amanhecido.
Cada mastigar é intercalado e pausado,
para sorver melhor a notícia do jornal,
e evitar que tanta porcaria me faça mal
Depois, é preciso regar as sementes
com pouca água para não sufocar.
E protegê-las das rajadas e vertentes,
que podem arrastar e até devastar.
O pequeno jardim interno que cultivo
ainda resiste e me mantém vivo.
márcia fernanda peçanha martins
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